Sou professora de Língua Portuguesa há menos tempo que trabalho com Língua Inglesa. Minha experiência com a faixa etária com a qual trabalho com nossa língua materna também é recente. E é também sobre esta prática, com Língua Portuguesa e séries finais do Ensino Fundamental, que tenho pensado e repensado em termos de teoria e prática em sala de aula.
Quando comecei, tinha algumas preocupações em mente: equilibrar leitura e interpretação de texto, produção textual e conteúdo gramatical de forma que eu não trabalhasse mais com uma em detrimento de outra, ou que priorizasse alguma que não fosse a que eu deveria em função da realidade de meus alunos. Além disso, sempre me preocupei em trabalhar com o texto de forma significativa, pois desde o início das minhas práticas eu tinha essa concepção. Sabia, ainda, que o conteúdo gramatical, por si só, não era satisfatório, nem significativo para meus educandos.
Então, iniciei o curso de Especialização em Letras e Linguagens. Como sempre gostei de estar estudando, atualizando-me, refletindo sobre minha prática, tive um ano de intensa construção e desconstrução dos meus saberes. Com isso, pude ater-me a novos horizontes sobre o ensino de línguas, principalmente da Língua Portuguesa. Passei a debruçar meu planejamento em cima de questões como: intensificar o respeito pelas variações linguísticas no trabalho com os alunos; valorizar o texto literário especificamente como literatura em sala de aula; formar leitores competentes e críticos, atentar-me com maior esclarecimento sobre aquisição e distúrbios da linguagem; partir do letramento dos meus alunos, entre outras questões.
Para mim, o ensino de uma língua deve ser constantemente revisto e inovado, como a própria língua que está permanentemente em mudança. Ao mesmo tempo, não existe uma mudança radical, mas sim gradual. Essa modificação gradativa no ensino é feita à medida que se reflete, que se produz, que se analisa, que se reproduz, que se aprimora, enfim, da reflexão até o aprimoramento há um caminho a ser percorrido. Mas é imprescindível que esse percurso seja traçado, afinal, parar na reflexão não é suficiente.